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Che Guevara


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Ernesto "Che" Guevara de la Serna nasceu em 14 de junho de 1928, em Rosário, Argentina, primeiro dos cinco filhos de Ernesto Lynch e Celia de la Serna y Llosa, família de origem aristocrática, donos de terras. Ele nsceu na Argentina, mas isso não era segredo. "Soy cubano y también soy argentino y, si no se ofenden las ilustrísimas señorías de Latinoamérica, me siento tan patriota de Latinoamérica, de cualquier país de Latinoamérica, como el que más y, en el momento en que fuera necesario, estaría dispuesto a entregar mi vida por la liberación de cualquiera de los países de Latinoamérica, sin pedirle nada a nadie, sin exigir nada, sin explotar a nadie."
O ano de 1968 entrou para a história contemporânea como símbolo de rebeldia e resistência às truculentas ditaduras que varreram o mundo nesta década. Nas ruas da Cidade do México, Praga ou Paris, jovens de diferentes continentes e etnias estampavam o rosto de Che em posters e camisetas. 

Ressuscitado apenas um ano depois de sua morte para ser o mártir de uma nova Revolução, Ernesto Guevara transformava-se num dos maiores mitos da humanidade, disputando espaço com ídolos do rock e estrelas do cinema. 

Filho da classe média Argentina, o garoto bem nascido na cidade de Rosário completaria 76 anos neste 14 de junho, se tivesse resistido à morte e ao desejo de entregar a vida pelas causas que acreditava.

Criado com todo conforto que a família Guevara pode oferecer, Ernesto aprendeu francês, dedicou-se aos estudos e formou-se em medicina. Os mais de 60 biógrafos do Che revelam que durante toda sua adolescência, Ernesto não despertara para a política. 

Somente depois dos vinte e poucos anos, já formado médico e trabalhando com índios no norte da América do Sul e viajando pela América Central é que teve o sentimento de justiça e igualdade aos poucos despertado.

Numa das cartas que enviava a família, Guevara revelou suas novas prioridades, "tenho me dedicado mais à medicina que à compreensão da política, tenho que ler Marx com mais dedicação". 

O conhecimento teórico que Che conquistou com noites de leitura livres das crises asmáticas que lhe perseguiram por toda vida só ganharia sentido prático após conhecer Fidel, no México.

Exilado após planejar uma fracassada quartelada em Cuba, Fidel Castro foi preso e torturado pela polícia de Batista, então presidente da ilha caribenha. Em seu julgamento, Fidel, formado advogado em Santiago de Cuba, fez sua própria defesa. "Não importa que me condenem, a história me absolverá", disse o líder cubano, que passou dois anos num presídio em Isla de Pinos até ser beneficiado pela política de exílio de Batista. Fugido para o México, Fidel reuniu outros dissidentes com a audaciosa idéia de invadir Cuba e tomar o poder. 

Foi neste contexto, em 1953, que Castro e Che encontram-se. As discussões entre o líder cubano e o médico argentino foram curtas e acaloradas. Fidel definiu Che como "um sujeito muito simpático, um revolucionário". Guevara respondeu "Fidel sabe algumas coisas sobre guerrilha".

Uma ex-namorada de Fidel e também amiga de Che explica a amizade dos barbudos. "Sem Ernesto, Fidel talvez jamais tivesse se tornado um comunista; sem Fidel, Che não iria além da teoria, seria um intelectual idealista".


"A todos os países explorados que lutam por sua emancipação, devemos levar nossa voz amiga, estender a mão e oferecer nosso incentivo aos povos irmãos que, hoje, de armas na mão, dizem definitivamente "não" ao inimigo imperialista". - Che Guevara


Treinando com os rebeldes no México, Guevara foi preso pela primeira vez. Nu, numa sala úmida a zero grau, o Che foi espancado e várias vezes mergulhado, de ponta cabeça, em latões de água até quase afogar-se.

Sua traumática iniciação ao universo das prisões não convenceu Che a desistir. Libertado após uma negociação entre Fidel e a polícia Mexicana, provavelmente subornada, Guevara apenas alertou para os perigos de continuarem no México. Perseguidos pelas tropas mexicanas, os rebeldes optaram por antecipar o plano de invadir Cuba.

Num pequeno Iate, 150 homens e centenas de armas navegaram à noite para Cuba. A embarcação, no entanto, encalhou num banco de areia próximo à costa da ilha.

Quase todos os rebeldes foram mortos ou presos pela guarda Cubana. Che, Fidel e pouco mais de 20 rebeldes chegaram livres à praia. Escondidos na mata de Sierra Maestra, os revolucionários encontraram apoio da população, que engrossou as fileiras da guerrilha. 

Violento e autoritário, mas igualmente corajoso e amável, Che era ao mesmo tempo temido e amado por seus soldados, fazendo valer a máxima que ele próprio criou, "hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamas!"

A colaboração popular, a geografia cubana e o isolamento de Batista, que já não tinha apoio nem dos Estados Unidos, conduziram a Revolução ao triunfo. Na madrugada de primeiro de janeiro de 1959, já não havia nenhuma resistência aos rebeldes. Che conquistava o maior êxito de sua vida.

A assombrosa trajetória de Guevara não teria a mesma dimensão se o argentino ficasse no poder em Cuba, dedicando-se aos trabalhos administrativos em seu gabinete. Nomeado Ministro da Guerra e da Indústria por Fidel, Che trabalhou o quanto pode em seu ministério. 

CheSeu desejo de levar a revolução para outros países - sobretudo para a Argentina - e suas constantes discordâncias com a URSS, criaram as condições necessárias para que Che deixasse Cuba.

A primeira aventura guerrilheira fora de Cuba, aconteceu no Congo. Guevara lutou por dois anos na África, onde os rebeldes morriam mais pelas doenças da selva africana que pelas balas legalistas. 

As idéias guerrilheiras de Che, que lançaram ao suplício e morte milhares de jovens idealistas em todo o mundo, nunca encontrariam o apoio popular e condições tão favoráveis como em Cuba. No coração da África, dilacerado pela fome, asma e pestes variadas, Che recebeu a notícia da morte de sua mãe, Célia. 

A luta de Che fracassou no Congo e o comandante só não morreu doente e deprimido graças à intervenção de Fidel, que exigiu seu resgate para Cuba.

De volta a ilha socialista, Che refez-se das doenças e da fraqueza, mas não possuía os mesmos espaços políticos. Seu modo de pensar não agradava a URSS, que preveria vê-lo fora da ilha.

Guevara planejava a guerrilha em sua terra natal, sem o apoio de Fidel, que achava uma incursão à Argentina um suicídio certo. Com muito esforço, Guevara aceitou partir para a Bolívia, território onde as possibilidades de vitória eram ligeiramente mais prováveis que na Argentina. 

Cuba vivia um forte isolamento internacional e a guerrilha na América Latina era uma das poucas possibilidades de criar opções de comércio e intercâmbio para os cubanos.

Na selva boliviana, a guerrilha novamente não teve êxito. Che perdeu uma das mãos em combate, arrancada por um tiro. Depois, com outra bala na perna, foi preso pelas tropas locais.

Capturado, o grande trunfo do Exército Boliviano tornou-se também um enorme problema. A CIA queria que Che fosse levado aos EUA, para sofrer interrogatórios sobre as ações guerrilheiras no mundo. Mas entregar o prisioneiro aos americanos seria também uma afronta aos nacionalistas bolivianos, que temiam ainda um movimento internacional pela libertação de Che. 

Sem solução para o impasse, a decisão dos oficiais bolivianos foi pela execução de Che, cujo corpo tornou-se o troféu maior do Exército Boliviano.

Se por um lado a morte de Che simbolizava o fracasso da guerrilha, por outro, seu sacrifício fazia surgir um mito poderosíssimo, que mobilizava multidões nas mais diferentes lutas por justiça e liberdade.

A dimensão dramática de sua vida e morte levou Guevara a ser muitas vezes comparado até a Jesus Cristo, por sua dedicação ao próximo e firmeza de ideais.

O encontro entre dois vultos da história recente, Fidel Castro e o papa João Paulo II, fez o conservador pontífice católico manifestar-se sobre a recorrente comparação; "Reconheço que tanto Cristo como Che fizeram uma revolução ao seu modo. A cristã, foi a revolução do amor, a socialista do ódio. Mas tudo que Guevara fez foi pensando no ser humano".

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